O Grande Prêmio que todos querem esquecer
O treino oficial de sexta-feira já parecia um aviso. Logo aos 13 minutos a Jordan de Rubens Barrichello perde o controle, a 220 quilômetros por hora (km/h), e voa contra a mureta de pneus. Atendido rapidamente pelos médicos, Rubinho foi levado para o hospital de Bolonha, com fratura no nariz e um corte nos lábios. Ele estava fora da corrida.
Neste dia, o treino prosseguiu e muitos carros ainda rodaram na pista, em que a velocidade média superava os 200 km/h. No treino oficial de sábado, o austríaco Roland Ratzenberger, correndo pela Simtek, bateu violentamente na curva Villeneuve num acidente que começou a se formar na curva Tamburello, quando a asa dianteira de seu carro se soltou fazendo-o perder o controle do veículo. Ratzenberger morreu no hospital de Bolonha, vítima de lesões cerebrais.
No domingo, mal foi dada a largada, outro acidente, J.J. Lehto deixou morrer sua Benetton, fazendo os outros pilotos desviarem dele. Porém Pedro Lamy, da Lotus-Mugen, bateu na parte traseira de Lehto, dois pneus e pedaços do carro voaram para a arquibancada, quatro pessoas ficaram feridas.Na sexta curva da prova, Ayrton estava em primeiro lugar e era seguido por Michael Schumacher até chegar a fatídica curva Tamburello. A Willams de Senna passou direto, explodindo contra a mureta. O carro perdeu o bico e todo o lado direito. A prova foi interrompida por 50 minutos.
Os oficiais de pista chegaram à cena do acidente e, ao perceber a gravidade, só puderam esperar a equipe médica.
Por um momento a cabeça de Senna se mexeu levemente, e o mundo, que assistia pela TV, imaginou que ele estivesse bem, mas esse movimento havia sido causado por um profundo dano cerebral.Senna foi removido de seu carro pelo Professor Sidney Watkins, neurocirurgião de renome mundial pertencente aos quadros da Comissão Médica e de Segurança da Fórmula 1 e chefe da equipe médica da corrida, e recebeu os primeiros socorros ainda na pista, ao lado de seu carro destruído, antes de ser levado de helicóptero para o Hospital Maggiore de Bolonha onde, poucas horas depois, foi declarado morto.
Polêmica
De acordo com a perícia, Senna perdeu o controle do carro devido à quebra da coluna de direção do seu Williams. O documento sugere que houve negligência dos técnicos da equipe numa reparação feita na coluna de direção.
Em novembro de 1996, a denúncia do promotor Maurizio Passarini foi acolhida pelo juiz Diego Di Marco. Frank Williams, Patrick Head, Adrian Newey, Federico Bondinelli (um dos responsáveis pela empresa que administrava o autódromo de Ímola), Giorgio Poggi (o responsável pela pista), Roland Bruinseraed (o director da prova), e o mecânico que soldou a coluna de direcção do Williams foram indiciados por homicídio culposo, por negligência e imprudência. Porém, em dezembro de 1997, o juiz Antonio Constanzo absolveu os acusados.
Fontes: senna.com.br, Wikipédia e arquivo da Rede Gazeta.